terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Imagem é fundamental?

Todos os meus amigos sabem que eu sou fã da Madonna, uma artista que, antes de tudo, é um produto com um forte sentido imagético. E, algumas vezes, eu me permito me perguntar o motivo de eu ser fã dela. Eu, uma pessoa cuja imagem não corresponde ao esteticamente aceito pela sociedade. Bem, questionar meu nível de idolatria não é o objetivo desta postagem. Atualmente os meios de comunicação veiculam para as grandes massas um modelo de imagem a ser seguido. O Big Brother Brasil, por exemplo, faz isto ao colocar em seu time de protagonistas homens e mulheres, em sua maioria, que se enquadram nesses padrões. Isto pressupõe que todos aqueles cujo exterior não se encontre dentro dos padrões impostos todos os dias pela mídia não estão enquadrados na sociedade. Uma espécie de neo-caça-às-bruxas. E isto não se refere apenas ao exterior, mas ao interior também o que é um contraste bastante interessante. O senso comum diz que devemos respeitar as pessoas do modo como elas são, sejam gordas ou magras, bonitas ou feias, homens ou mulheres, hetero ou homossexuais, fumantes ou não-fumantes, e etc; e que o que realmente importa é o interior das pessoas, não o exterior. Mas, se a mídia passa para a população todos os dias um mesmo modelo tanto de imagem quanto de personalidade a serem seguidos, por que não enxergamos no dia-a-dia as pessoas incorporando esses valores, ao menos parcialmente? Suponhamos que você, caro leitor, seja uma pessoa esperta, inteligente e divertida. Se você é gordo, as chances de se ajustar numa sociedade que valoriza a imagem perfeita diminuem. Se fuma, idem. Se é homossexual, piora. Não vemos, hoje em dia, pessoas que queiram embarcar num relacionamento sério que valorizem o interior do outro, apenas o exterior. E o pior: há pessoas que descaradamente em sites de relacionamentos afirmam que a personalidade é importante, mas a imagem é, também, fundamental. Será mesmo? Façamos uma pesquisa imaginária: quem você, querido leitor, prefere: uma pessoa divertida, inteligente, esperta e respeitosa; ou alguém com personalidade duvidosa, comportamento instável e não confiável? A grande maioria escolherá, com certeza, a primeira opção. Mas, se esta pessoa de personalidade confiável e impecável fôr gordo, magrelo ou feio, você pensaria duas vezes antes de embarcar num relacionamento ou entra de cabeça, pronto para receber tudo o que esta pessoa tem de bom para lhe dar? É preferível trocar uma pessoa cuja índole é impecável por um Aquiles, um Odisseu ou um Enéias, mesmo que a personalidade deste fôr duvidosa? Será que imagem é definitivamente fundamental?

Nenhum comentário:

Postar um comentário