segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A morte é o fim da vida?

O mundo está repleto de mistérios que a ciência não consegue resolver. A mente humana, a existência de uma energia luminosa e criadora do universo, o amor,... Mas talvez o maior mistério da humanidade seja a morte. Lá nos tempos anteriores a Cristo, os gregos acreditavam que o destino do homem após a sua desencarnação era o Tártaro ou os Campos Elísios, dependendo das ações que a pessoa praticava em vida. Pessoas nobres, corajosas, dignas, íntegras e etc eram destinadas aos Campos Elísios, enquanto os assassinos, ladrões, violentos ao próximo, difamadores e etc eram destinados ao Tártaro. A cultura judaico-cristã propaga a existência do Paraíso Celeste para os bons; do Inferno para os maus; e do Purgatório para os arrependidos que buscam a expiação de seus pecados. Há culturas em que acredita-se que o ser humano reencarna num novo corpo para cumprir uma outra missão ou para resolver questões inacabadas. Enfim... São muitas e muitas especulações que o ser humano faz a respeito do momento pós-morte. Eu não sei em qual teoria acreditar. Às vezes sou adepto de uma, às vezes de outra, às vezes daquela outra, às vezes de nenhuma, às vezes de todas, às vezes de algumas, e etc de acordo com a minha conveniência. Afinal, assuntos que envolvem fé pressupõe uma pitada de conveniência. Não se escolhe uma religião por causa de uma chamado divino que muda as novas vidas. Não acredito nisto. Acredito que escolhemos uma religião, porque seus dogmas são convenientes para a nossa experiência de mundo ou para usarmos algo como justificativa da mudança drástica de vida que um drogado sofre após conhecer os dogmas de uma Igraja Evangélica e deixa de usar drogas, por exemplo. O ser humano necessita acreditar em algo metafísico, que esteja além da vida material na qual estamos inseridos e na qual somos tomados cada vez mais. Mas a escolha de uma religião pressupõe acreditar em todos os seus dogmas à risca? Quanto mais erudição nós ganhamos, mais ficamos com o pé atrás com certos dogmas de nossa religião. As religiões e as seitas pregam um modo de vida e um modo de encarar o mundo distintos, e a sociedade fixa estes valores à medida que elas se fortalecem dentro dela. E o modo de encarar a morte é um deles. Uma amiga me disse que a sociedade impõe uma espécie de "dez mandamentos para encarar a morte" e que cada pessoa sofre a perda de um ente querido de modo distinto de outras. Acredito nisto. Por exemplo, uma pessoa perde um ente querido de maneira fugaz; consequentemente, ela sofre esta perda, porque foi totalmente inesperada. Mas e se a pessoa se preparar para a morte de alguém e, quando acontece, ela não sente nada? Ela se torna uma pessoa insensível com a morte de uma pessoa que teve grande importância na vida dela? Ou apenas fez como um médico antes de uma cirurgia? Anestesiou o paciente para que ele não sofra na hora da cirurgia? E se ela preparou a cirurgia para, depois, se anestesiar? Em casos como este, o paciente são as emoções de uma pessoa, e o médico é o lado racional dela. Após a morte de um ente querido ficam as boas lembranças. As idas à uma feirinha de roupas, uma tarde de lanches, as piadas que ambos trocam, os momentos de amor e carinho e todas as coisas boas que tivemos com alguém que nós realmente amamos e que nos deixou. Outra coisa me preocupa: por que nós conhecemos justamente as pessoas que conhecemos e não outras? Por que num mundo de tantas possibilidades, algumas poucas conseguem tocar o nosso coração e mudar as nossas vidas, sejam elas amigos, família ou namorados? Se, para a cultura judaico-cristã, a morte é uma transição para uma vida metafísica, seja no Paraíso ou no Inferno, por que nós fazemos outras pessoas pessoas sofrerem? Por que as pessoas nos fazem sofrer? Por que fazemos as pessoas felizes? Por que as pessoas nos fazem felizes? Num grupo seleto de pessoas que entram e saem das nossas vidas, mudando-as de acordo com uma cadeia de acontecimentos que alguns chamam de destino, por que somos influenciados mais interiorizadamente por elas e não pela sociedade em geral? Será que temos mesmo uma missão para cumprir nesta época? Será que conhecemos certas pessoas para que corrijamos algum erro de outra vida ou para que elas corrijam um erro que cometeram conosco? A morte é o fim da vida?

Um comentário:

  1. Eu acredito fielmente na reencarnação.
    O sofrimento é necessário para nosso crescimento meu amigo.
    Desde que tenhamos fé, a verdadeira, não precisamos nos martirizar em procurar religiões. Deus não tem religião.
    Saiba q isso passa.

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