quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

As famílias são as neonações?

Na postagem anterior, eu afirmei ser a morte o maior mistério que envolve a existência do ser humano. A única certeza que temos. A única certeza é, mas não o maior mistério. O homem mais feliz do mundo vê a si mesmo e a sua família ao redor de sua cama, em seu leito de morte, e tem orgulho de tudo o que construiu ao lado de uma mulher. Uma família fabulosa composta por pessoas de bem, respeitáveis e respeitosas, com uma boa formação moral e que construíram outras familias fabulosas com as mesmas características do que as suas, talvez até melhores! Depois chega a vez de sua digníssima companheira. E chega a hora em que os filhos se reúnem para repartirem os bens deixados pelos pais. Onde está Machado de Assis e suas palavras ferinas neste momento? Aprendi nesta vida que quanto mais bens uma pessoa tem na vida, mais ela quer ter. Isto pressupõe a seguinte questão: o número de riquezas de uma pessoa é equivalente ao déficit do desenvolvimento do bom senso e do instinto de coletividade e irmandade. Uma família de classe média sustentada pelos patriarcas, as galinhas dos ovos de ouro, torna-se um abutre ao ver que os bens deixados por eles estão disponíveis para a partilha entre irmãos. Todos sabem que, quando o assunto é dinheiro, as pessoas deixam de ser seres racionais e partem para as agressões físicas e verbais, para os desentendimentos e para as intrigas. Algumas vezes, até mesmo para o sistema de alianças, como aquele realizado pelos países em tempos de guerra; a Primeira Guerra Mundial, por exemplo. Nestes casos, o que acontece com aqueles que não estão envolvidos com a partilha de bens e, mesmo assim, sofre com algum tipo de pressão psicológica para se aliar a um lado? Estes são os mais prejudicados. São sim! Eles observam seus pais e tios guerrearem entre si para demarcarem seus territórios e sentem uma profunda tristeza ao ver a família perfeita ser bombardeada por desencontros, intrigas e barracos na família. E eis o mais agravante de tudo: estas brigas têm uma causa, o dinheiro. Nessas horas, eu penso e chego à conclusão de que a Alemanha pré-hitlerista foi mal entendida pela História. Depois de se consolidarem como um Estado unificado, os alemães apenas queriam um pedaço de terras africanas, e os aliados simplesmente acabaram com seus sonhos de criar um império que transcendesse a Europa, porque não queriam dividir seus territórios com mais ninguém. No século XXI, as guerras entre nações continuam. Desde o início dos tempos, os povos guerream por terras e outras conquistas para enaltecerem ainda mais o ego do representante do povo. Foi assim com as Guerras Púnicas, com as guerras contra os bárbaros, as cruzadas, as Grandes Guerras Mundiais, o Golfo, Iraque, terrorismo e outras que, hoje, estão destruindo parte do Oriente Médio. Será que, neste século, apesar de as guerras entre nações não serem mais tão frequentes, o foco bélico está se dirigindo para o círculo familiar? Como o dinheiro pode ter tanto poder a ponto de destruir uma família? As famílias são as neonações?

2 comentários:

  1. Infelizmente,quem disse que o ditado ''dinheiro não é tudo'' é um grande idiota. Ele é tão essencial que essa necessidade de juntar cada vez mais destrói as relações. E mais infelizmente ainda, é o que rege o mundo. Ninguém sequer bebe água em um momento de sede, se não tiver até R$3 para saciar-se.

    ResponderExcluir
  2. O dinenheiro é tudo, em locais que serve de moeda de troca por qualquer coisa, se estiver com dinheiro no deserto o tudo seria a água, se neste local não tiver ninguém para vende-la morrerá de sede, já o conhecimento lhe dará chance tanto de adquirir dinheiro quando sobreviver em uma situação extrema. Logo o conhecimento é tudo, já o amor é diferente, pois mesmo quando amamos existem pessoas que ajudam ou atrapalham uma relação, transformando sempre diversas situações para seu benefício, nesse caso nem o dinheiro nem o conhecimento, tudo é o caráter, a integridade que é cada vez mais ausente nas pessoas, do tipo que matariam o próximo para não morrerem de sede no deserto, como uma serpente que espreita aguardando sua vítima morrer de sede ou que dá o bote quando lhe convém.

    ResponderExcluir