quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A internet e a televisão estão substituindo o livro?

O que falar do livro? Que ele é feito por papel escrito encadernado com capa e contra-capa? Que ele pode ser didático ou literário? Que alguns são bons ou ruins, dependendo do gosto ou da experiência de mundo do receptor? Bem... Pode ser. Pode não ser. Quem sabe dizer precisamente o que é um livro? Muitos dirão algo que já está cristalizado no senso-comum. Outros poucos tentarão dar uma resposta inteligente. Outros raros conseguirão achar uma resposta que se aproxime do conceito. Ninguém conseguirá conceituá-lo com precisão. O que é certo é o fato de que, desde sua criação, o livro (ou melhor, seu conteúdo) desempenha um papel importante na vida social e no imaginário individual. Através dele, podemos viajar por diversos mundos, onde tudo é possível. Aventuras, amores, questões psicológicas, etc. Também, através dele, de certa forma, somos levados a confrontarmos nossos medos e angústias e a pensarmos a respeito do nosso comportamento. No fim do século XVIII, na Europa, foi criado o folhetim, um meio através do qual os escritores poderiam publicar suas obras de ficção, em jornais. No século XIX, com o sucesso deste novo meio de se ter acesso à literatura, houve muitas especulações a respeito do fim do livro, já que as pessoas preferiam ler os capítulos publicados nos folhetins a consumir livros. É claro que já sabemos o resultado de toda essa história: o livro sobreviveu, e os folhetins já não existem mais. A questão é que, com o mundo globalizado de hoje, onde as informações são transmitidas em tempo recorde, as pessoas não têm mais tempo de sentar num local agradável e ler um livro. O trabalho, a família, a casa, o dinheiro, enfim... tudo é mais importante do que consumir um estúpido monte de papéis. As famílias brasileiras preferem assistir às novelas, ir ao cinema, assistir filmes em casa mesmo, etc. E, cada vez mais, o número do público leitor diminui. E um dado alarmante: os escritores estão preferindo a televisão e outros meios de se lidar com a imagem; por exemplo, Maria Adelaide Amaral, Manoel Carlos e Glória Perez! Não os julgo, porque é muito mais fácil assistir à uma narrativa de ficção ao vivo e à cores do que ter de imaginar o perfil das personagens, os lugares onde os fatos ocorrem, os movimentos que as pesonagens executam no decorrer do enredo. Então, qual seria o benefício da leitura de um livro num mundo imagético? A resposta é simples: os livros nos fazem pensar. Eles não impõem normas de comportamento ou de beleza estética e, quando o fazem, em grande parte das vezes, é para o leitor pensar se estes valores são ou não válidos para uma determinada sociedade. Mas, com a diminuição constante do público leitor e com a ascenção dos produtos de ficção imagéticos (as novelas, por exemplo), o livro estaria condenado ao esquecimento? Se o livro não desapareceu no século XIX, pelo fato de esta época não valorizar tanto a imagem quanto nos dias de hoje, será que, desta vez, o livro desaparecerá? A internet, a televisão, os DVDs e outros meios de comunicação imagéticos estão substituindo o livro para valer?

4 comentários:

  1. As pessoas hoje estão mais preguiçosas. A tv substituiu em menos tempo, a leitura. Porém, o livro jamais ficará obsoleto. Ele continuou através dos anos, e continuará, pelo simples fato de que sempre haverá um admirador apaixonado pela leitura.
    Belíssimo texto, e eu aplaudo.

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  2. Hey, Lelê... Mt legal o texto!!! Concordo em parte com o q diz... Não sou fã de novelas, mas acho q elas, de certa forma,fazem o público pensar sim.Menos q livros, obvio. Msm assim, acho q a falta de interesse nos livros é,na maior parte das vezes, preguiça de ler e de utilizar o lado criativo do ser humano. Ler um livro é sim um trabalho árduo... Acho q isso vale pra todo leitor. A diferença é que existem akeles que acham o resultado recompensador e aqueles q não. Acho q vc se expressou mt bem ao dizer q o público leitor de livros diminui, pois vejo mt gente dizendo q as pessoas não leem mais... e nisso, eu discordo. As pessoas sempre estão lendo, só q na maioria das vezes, elas leem jornais e a biblia. Livro q eh bom, nd. Percebo então que a pergunta se descola justamente para a grande questão: até onde as pessoas de hoje estão dispostas a trabalhar a sua criatividade e o seu poder de abstração numa forma de se entreter, abdicando um pouco da metralhadora de opções mais faceis e rápidas do mundo moderno?

    bjuxxxxxxxxxxxxxxxxx

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  3. ps: receptor...livro cristalizado no senso-comum... huuuuuuuummmmmmmm...senti uma pitada de franklin ai, viu?! ahuahauhahua

    bjuxxxxxxxxxxxxxx

    Amanda Volotão :P

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  4. Leh*, seu blog eh fodérrimo! Você escreve muito rapaz, e mais, ainda escreve sobre assuntos super interessantes. Parabéns!
    Bom, voltando ao assunto...
    Realmente, nos dias de hoje, o público leitor diminuiu e muito, mas tenho certeza que o livro jamais será substituido. Ele pode até sofrer uma metamorfose (vide os e-book's), porquê ninguém ou nada vive neste mundo de cães e gatos sem sofrer qualquer tipo de mudança.

    Posted by: Miranda Hobbes

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